Rodrigo Weber Volz, 31 anos, foi uma das quatro vítimas do atirador Edson Fernando Crippa, que também foi encontrado sem vida
Júlia Ozorio GZH
Nobre, dedicado, tímido e participativo. É assim que o policial militar Francisco Ribeiro Oliveira, 36 anos, descreve o colega de profissão o soldado Rodrigo Weber Volz, 31 anos, uma das vítimas do tiroteio ocorrido entre a noite da terça-feira (22) e a madrugada de quarta (23), em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.
Volz é uma das quatro vítimas do ataque a tiros ocorrido entre a noite de terça (22) e a madrugada de quarta-feira (23) em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. O atirador Edson Fernando Crippa, 45 anos, também morreu na ação.
O policial militar teve a morte confirmada na tarde de quinta-feira (24). O velório teve início no começo da tarde desta sexta, no Crematório e Cemitério São Vicente, em Canoas, na Região Metropolitana.
Oliveira conta que ele conheceu Volz em 2016, no curso de formação para Polícia Militar. Desde então, nutriam uma amizade.
— Nossa turma e, em especial, nosso pelotão, perde um pedacinho muito significativo da nossa história, que vai fazer muita falta. Ele é o primeiro da nossa turma que tomba no cumprimento do dever, fazendo jus ao juramento que um dia fizemos, de manter a manutenção da ordem pública e a segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida — afirma Oliveira.
Torcedor do Internacional e amante de viagens, Volz é natural de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, onde vivia com a companheira.
Para o amigo, a morte precoce do militar é uma perda para a sociedade e para os colegas de profissão:
Ele nos deixa um legado profissional e pessoal, que até mesmo após sua partida, ainda ajuda outras pessoas a seguirem em frente na caminhada da vida.
FRANCISCO RIBEIRO OLIVEIRA
Amigo, em referência à doação dos órgãos
Quatro pessoas receberão os órgãos do soldado Volz. A transferências dos órgãos de Novo Hamburgo a Porto Alegre ocorreu durante a madrugada desta sexta (25), por meio de escolta da Brigada Militar. Os dois rins, o coração e o fígado foram encaminhados ao Hospital de Clínicas e à Santa Casa de Misericórdia.
Segundo o tio, Antônio Dapieve, 61 anos, Volz vem de uma família de policiais. Ao menos quatro tios dele teriam atuado nas forças de segurança pública.
— Era um homem forte, sério, sereno e calmo. Ele sempre foi muito trabalhador, estudioso e dedicado à família. Ele sempre quis ser policial — avalia o tio.
O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli destaca que Volz estava em uma das primeiras guarnições que chegaram no local do tiroteio, o que, de acordo com Feoli, demonstra a coragem e o desprendimento do policial militar no exercício de sua função.
— O soldado Rodrigo era um exemplo de conduta e atuação para seus colegas. Era admirado por seus comandantes. Deixa uma lacuna entre os pares por ser um jovem com futuro promissor como servidor da nossa segurança pública — declarou o
Por nota, o comando do 3º Batalhão de Polícia Militar lamentou a partida precoce do militar. “Caridoso, gentil e trabalhador, sempre cativou seus colegas de trabalho, pelos quais nutria especial apreço e estima, cultivando em seu âmago a camaradagem para com seus colegas”, diz trecho da nota (leia íntegra abaixo).
Nas redes sociais, o colégio 25 de Julho, onde Volz estudou no Ensino Médio, também lamentou a morte do policial.
Leia nota do 3º Batalhão de Polícia Militar
“O soldado Rodrigo é natural de Novo Hamburgo, nascido em 11/10/1993, filho de Ademar Luiz Volz e Eli Weber Volz. O Sd Rodrigo na verdade é Brigadiano desde seu nascimento. Nascido em família com raízes na instituição, espelhando-se em seus exemplos e realizando seus sonhos, ingressou na Brigada em 16/11/2016.
Teve como sua primeira e única unidade o 3º Batalhão de Polícia Militar, em Novo Hamburgo.
Tendo ingressado nos quadros da corporação bastante jovem, mostrou em todos os dias em que desempenhou suas funções extremo comprometimento, competência e responsabilidade. Caridoso, gentil e trabalhador, sempre cativou seus colegas de trabalho, pelos quais nutria especial apreço e estima, cultivando em seu âmago a camaradagem para com seus colegas.
Teve na Brigada Militar não somente seu local de labor, mas também o ponto de encontro do seu amor verdadeiro, Sd Aleissa, com a qual viu nascer o nobre sentimento, permeado por todas as peculiaridades, alegrias e sonhos de um jovem casal com muito mais em comum do que a maioria dos casais.
Jurou defender a sociedade, mesmo com o risco de sua própria vida. Fiel ao seu juramento, tombou em defesa de seus colegas de farda e da sociedade.
Policial, filho, e amado esposo. Com 31 anos de idade, deixa sua doce lembrança na memória dos seus entes queridos e dos seus irmãos de farda. Deixa enlutada sua família, sua amada esposa, e todos os cerca de dezoito mil colegas brigadianos, que hoje choram sua perda, e para sempre sentirão sua falta.
Cumprindo o mais elementar mandamento cristão, que é amar o próximo como a si mesmo, doou sua vida em defesa de seus irmãos. O maior e mais puro ato de amor que uma pessoa pode demonstrar ou praticar, que para sempre será lembrado por todos os seus.
Se o que fazemos em vida, ecoa na eternidade, o eco de sua bravura, Sd Rodrigo, eternamente ecoará em nossos corações.
Nos solidarizamos com a família e amigos neste momento de dor e sofrimento, desejando força para que possam superar este momento e seguir em frente, com a certeza de que sempre teremos o Sd RODRIGO vivo em nossos corações.”