Rodrigo Weber Volz, 31 anos, morreu na quinta-feira após ter sido baleado na cabeça por Edson Fernando Crippa
Guilherme Milman GZH
Quatro pessoas receberão os órgãos do soldado Rodrigo Weber Volz, 31 anos, uma das vítimas do ataque a tiros ocorrido entre a noite de terça (22) e a madrugada de quarta-feira (23) em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. O policial militar teve a morte confirmada na tarde passada.
A transferências dos órgãos de Novo Hamburgo a Porto Alegre ocorreu durante a madrugada desta sexta (25), por meio de escolta da Brigada Militar. Os dois rins, o coração e o fígado foram encaminhados ao Hospital de Clínicas e à Santa Casa de Misericórdia.
Os quatro receptores já foram definidos. Eles serão encaminhados aos hospitais para a realização dos transplantes.
A origem de cada transplantado ainda não foi informada. Por se tratar de um cadastro nacional, é possível que sejam beneficiados pacientes de outros Estados do Brasil.
Após ser ferido pelo atirador, Volz foi levado ao Hospital Municipal de Novo Hamburgo, onde ficou internado até o início da tarde de quinta-feira, quando foi constatada a morte cerebral. O velório ocorre nesta sexta no Cemitério São Vicente, em Canoas — inicialmente a cerimônia estava marcada para às 10h, mas teve o início adiado.
Vítimas do ataque
Com a confirmação da morte de Volz, passou a ser quatro o número de vítimas de Edson Fernando Crippa, 45 anos, que foi encontrado sem vida pela polícia, dentro de casa, o que compõe cinco óbitos decorrentes da situação.
Além de Volz, também foram vítimas dos tiros de Edson o policial militar Éverton Kirsch Júnior, 31 anos, o pai do atirador, Eugênio Crippa, 74, e o irmão dele, Everton Crippa, 49.
Situação dos feridos
O policial militar João Paulo Farias Oliveira, 26 anos, que foi baleado na cabeça, continua em estado grave no hospital de Novo Hamburgo. Conforme o comandante-geral da BM, médicos da corporação acompanham a evolução do quadro clínico, considerado grave e estável.
Além dele, a mãe do atirador, Cleris Crippa, e a cunhada dele, Priscilla Martins, também estão em estado grave. Elas seguem na UTI do Hospital Centenário, de São Leopoldo. De acordo com a última atualização, as duas estão lúcidas, mas ainda correrem risco de vida.
A sargento Joseane Muller, da Brigada Militar, e o guarda municipal Volmir de Souza estão em recuperação e sem previsão de alta, porém sem risco de morrer.
Outros três brigadianos feridos no ataque a tiros já receberam alta. São eles: Eduardo de Brida Geiger, Leonardo Valadão Alves e Felipe Costa Santos Rocha. Eles foram baleados de raspão no confronto.
Ataque em Novo Hamburgo
Edson Fernando Crippa morava com os pais no bairro Ouro Branco. Na noite de terça, o irmão dele e a cunhada foram até a casa onde os três viviam.
Após um desentendimento, o pai, Eugênio Crippa, chamou a Brigada Militar por volta de 22h. Ele e a mulher relataram ter sofrido maus-tratos do filho.
Ao ver os policiais na casa, por volta de 23h, Edson efetuou cerca de 300 disparos de pistola calibre 9mm e 380. Os tiros atingiram pelo menos nove pessoas, entre familiares, agentes da BM e da Guarda Municipal.
A troca de tiros com os agentes se estendeu durante a madrugada. Houve pelo menos dois momentos de confronto. Ele permaneceu dentro de casa por cerca de nove horas sob cerco da polícia.
Por volta de 8h30min de quarta-feira, os policiais militares entraram na casa e constataram a morte do atirador. Segundo a polícia, não há sinais de que ele tenha tirado a própria vida.